Author: Bruna Gabriela
•20:50

"Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo.
...Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu....
....Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza....
....sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.
Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."

Tati Bernardi
[pagando mais um pau p ela ^^]
Author: Bruna Gabriela
•20:47
(...) A felicidade entrou com o pé na porta e sentou ao meu lado. Eu não estava mais sozinha esperando o espéculo. O trânsito todo parado e ela acena no carro ao lado, depois morre de vergonha e toma bronca do pai para sentar direito na cadeirinha. O dia meio cinzento, vai-não-vai e de repente ela surge amarela e esquenta a vida. Ela mora numa gaveta cheia de bobeirinhas lá em casa


... Ela toma banho comigo quando a água leva embora coisa ruim e renova a alma e dorme ao meu lado quando eu descanso...“

Tati Bernardi


Author: Bruna Gabriela
•18:36

Por Tati Bernardi

-Em primeiríssimo lugar: são as melhores pra dançar. Tanto pela música quanto pela animação da pista.

-Você nunca vai precisar pagar o mico de inaugurar a pista. Festas gays já estão sempre bombando ainda que você chegue cedo. Eles começaram a festejar há mil anos e nunca mais pararam e nem vão.

-Festas gays também nunca acabam, apesar de acabarem sempre em algum lugar ainda mais maluco.

-Só os gays entendem que dançar como uma devassa louca é super divertido e não quer dizer que você está a fim de sexo (muito menos de ser tratada como uma devassa louca).

-Por mais ridículo, insano ou indecente que seja qualquer ato que você cometer, terá sempre alguém fazendo algo pior.

-Se você estiver linda vai causar inveja ao invés de desejo. No fundo, é o que toda mulher prefere.

-Você não precisa ficar na dúvida se o cara é gay. Ele é.

-Se um cara falar que é macho, acredite. Precisa ser macho para ir a uma balada gay.

-Homem idiota briga pra mostrar que é homem (e idiota). Como ali ninguém quer mostrar nada e só se divertir, dificilmente sai porrada. (No máximo uns tapinhas na cara interrompidos quando toca Madonna ou Justin).

-Caminhar um metro sem ter cabelos puxados, ombros cutucados e cintura beliscada é o sonho de qualquer mulher bacana (se você fica contente quando mexem com você na obra você não é bacana e, pior, precisa urgente de um nutricionista).

-As “acéfalas-nasaladas-alisadas-caçadoras-de-namoradinhos-ricos-que-fazem-o-símbolo-de-paz-e-amor-de-ladinho-para-fotos-de-blogs-de-balada-playba” só vão nesses lugares quando estão super deprimidas e costumam vomitar em suas botas de camurça e franginha (e sola vermelha) inviabilizando as mesmas (e você, uma mulher bacana, injustamente mal tratada no colégio por não ser exatamente linda, pode se vingar delas).

-Às vezes, por alguma razão obscura da psique feminina, a sensação de dançar “encoxada” por doze amigos sarados, bem vestidos, cheirosos e felizes, melhora muito a auto-estima, ainda que na cama você termine sempre cercada unicamente por farelos do pacote de Amanditas.

-Estar num ambiente cheio de homens lindos que não te desejam e A CULPA NÃO SER SUA é libertador.

-Ao invés de sair da balada certa (mais uma vez) de que o pai dos seus filhos definitivamente não está numa balada, você já chega na balada com essa certeza. Poupa um tempo precioso.

-É badala pra exorcizar ao invés de ficar pagando de gata. E pagar de gata (empina bunda, chupa a barriga, arrebita os peitos, equilibra no salto, faz cara de mistério...) dá gases.

-Quando você não quer agradar os homens, acaba agradando. Os poucos e valentes (e descolados!) machos da casa certamente vão reparar positivamente em você.

-Toca Friendly Fires, Beck, Amy Winehouse, Basement Jaxx, Daft Punk, Hot Chip, Justice, LCD SoundSystem e o melhor do rock indie do momento numa versão “remix feliz, não se mate ainda”.

-Seu ex namorado não vai estar lá, o que significa que você não vai voltar pra casa querendo morrer (ou com ele, o que é pior). E se ele estiver lá, baby, tá tudo explicado.

-Se todo mundo dançar “moooito” e começar a suar, bicha não fede. No máximo “cheira” almiscarado.

-As poposudinhas de calças apertadas estão seguras: ninguém vai passar a mão na bunda delas. (ou vão mas é pra descobrir se a etiqueta da Diesel é falsa, ou seja, é pro bem).

-Não tem essa coisa machista tosca de “mulher até meia noite paga menos”. Você está lá como um deles, ou vice-versa (fiquei confusa agora).

-Gastar uma fortuna em roupas, sapatos, brincos, maquiagem e cabeleireiro finalmente poderá ser valorizado. (já a calcinha você pode botar aquela de algodão com o elástico esgarçado mesmo, bem mais confortável pra se acabar de dançar).

-Se um cara pedir seu telefone, ele com certeza vai ligar no dia seguinte. Gay adora manter contato (ainda mais se o seu primo tiver ido junto com você).

-Se você encalhar na balada, tudo bem: todas as mulheres a sua volta encalharam também!
Author: Bruna Gabriela
•19:46



Fico pensando nessa nostalgia que sinto...
Vejo o tempo passar, crianças cantando e pessoas se matando,
a cada dia que passa eu me decepciono mais, vejo pessoas que eu tanto admirava pela militância, pelo exemplo, pessoas que eu queria mesmo ser quando "crescer". E essa visão de dissolve como um castelinho de areia no meio da ressaca do mar.
A cada dia que passa chego a odiar mais e mais esse mundo hipócrita, por que as pessoas não podem ser simplesmente elas mesmas?
Será que para sermos amados temos que usar uma máscara de indiferença?
Desculpe o desabafo, hoje estou farta de todo mundo.
Author: Bruna Gabriela
•20:27





Posso dormir e acordar
é o seu cheiro que imagino.
Posso rezar mil vezes, acredite, eu rezei...
Posso tentar mil vezes, acredite, eu tentei...
Posso chorar mil lagrimas, acredite, eu chorei...









.
Author: Bruna Gabriela
•19:31

O meu mundo não é como o dos outros,

quero demais,

exijo demais;

há em mim uma sede de infinito,

uma angústia constante que eu nem mesma compreendo,

pois estou longe de ser uma pessoa;

sou antes uma exaltada,

com uma alma intensa,

violenta,

atormentada,

uma alma que não se sente bem onde está,

que tem saudade… sei lá de quê!

Florbela Espanca
[para Cindy]

Author: Bruna Gabriela
•20:23


Eu sou apenas mais um alguém

ou até mesmo mais um ninguém
talvez mais uma invisível

que o admira a distância
sem a menor esperança
de um dia tornar-
me visível.
E você?
Você é o motivo
do meu sorriso

é a minha angústia
de milhas melancolicas.
Você é o brinquedo caro
e eu a criança pobre
a menina solitária que quer ter o que não pode
dona de um nada
mas culpada por quere-lo
como quem o olha na vitrine
mas jamais poderia te-lo.
Mas você nada sabes
nem da minha fraqueza

nem da minha covardia
nem sequer que eu existo
é como um filme francês
aqueles sem final

entre a figurante que nunca encontra
o ator principal
meu papel era irrelevante
para contracenar
no final.
Author: Bruna Gabriela
•09:22

Era uma vez uma princesa que vivia no alto de um castelo e passava o dia lendo. O dia, a semana, os meses. E assim passaram-se vários anos. E, devido à tanta leitura, a princesa passou a acreditar que era uma heroína romântica igual às dos livros: dessas que sofrem, sofrem, não são valorizadas, reconhecidas, são subestimadas mas que de repente encontram a redenção (e um príncipe encantado) e são recompensadas. Quem não dava valor acaba tendo que rever seus conceitos e tal. Mas um dia, ela cansou de esperar pela sua recompensa e sua felicidade que estaria ali na página 347. Viu que sua vida não estava escrita num livro. Isso era uma ilusão, e o melhor que alguém pode fazer é abandonar as ilusões, parar de esperar alguma coisa de pessoas e instituições. Se iludir é sofrer duas vezes. Pensando assim, acordando depois de um longo sono encantado, a princesa fechou o livro, desceu da torre e saiu pelo mundo para escrever sua própria história.
Author: Bruna Gabriela
•19:25


Que coisa tosca você é?
Author: Bruna Gabriela
•14:48



E essa força boba que agora tenho?
E essa vontade de ser vento e correr para você?
E essas palavras estranhas que um dia eu havia esquecido que existiam?
E eu aqui querendo esquecer meu chá de realidade e mergulhar nisso, mas o que posso fazer?




M Bethania - Quem me Chamou - by Pescador
Author: Bruna Gabriela
•07:14




Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia


Author: Bruna Gabriela
•14:53

Não quero, sai...
Acha que pode?
então tenta
Não sou mais aquela

Te desejo
mas nego,
sua boca
me chama

E vem de mansinho
Me beija
Me morde
Me arranha

Fico toda mole
e você vence
novamente
Ai, vira e dorme

Bruna Gabriela
06/09
Author: Bruna Gabriela
•17:51

Que livro você seria?

Antes de fazer o teste,

imagine qual gostaria

que fosse a resposta.

Confira se você se conhece.


Author: Bruna Gabriela
•17:54

Foco no lugar vazio da mesa. A pessoa que não veio. Pior ainda: a que não existe. É ali que fico, sempre, apaixonada, doendo, esperando. O lugar vazio da mesa, da cama, do planeta. Minha sorte é um bilhete desses de raspar só que o segredo não sai com nada. Meu amor é a cadeira com pé quebrado que tiraram do salão antes que alguém se machucasse. Então me recuso a sentar em outras e vivo entre o cansaço e o medo de cair de mim mesma.
Eu funciono assim, não sei se você já percebeu. Consigo não te amar, e isso significa passar ótimos dias em paz, quando te trato bem, quando te amo. O que sobra em mim, o que eu guardo no peito, é sempre o negativo do que expeli para o mundo. Por isso o e-mail, carinhoso, um jeito de te expulsar mais uma vez, porque é só isso que sei fazer quando o assunto é sentir além de mim. E quando te trato mal, são dias te amando aqui, nos espaços vazios que você jamais preencheria e que são absolutamente você. O mundo todo que não tem você é ainda mais você. E assim me relaciono. Com o risco de giz branco em torno do corpo que já foi levado do chão. Sempre me apaixono depois que acaba a paixão. Sempre namoro quando acaba o namoro. Só assim sei amar. E então te carrego no peito e em tudo, ao ir sozinha ou mal acompanhada ao cinema. E então janto com você e como bem e até bebo. E passamos sem perceber uma vida inteira. Só porque agora você se foi, é que sinto que você chegou de verdade. E assim namoramos tão bem e sou tão agradável. E é com você que vou até a esquina e o fim do mundo, porque posso tudo agora. Agora que não posso nada.
Daqui vejo milhares de pessoas e boas intenções e motivos pra ser feliz. Mas onde eu estou? Adivinhe? Estou em casa, sozinha, como se não houvesse nada. Como se tudo isso fosse cruel justamente por ser bom. O bom acaba. Mas isso aqui, o refúgio da ansiedade e da alegria, essas duas coisas do demônio, isso aqui é verdadeiro e é daqui que estou, na verdade, no meio de todas essas pessoas boas e os motivos pra ser feliz. É só daqui. Então, quero ir embora. Ir embora pra chegar logo. Porque enquanto estou é insuportável, mas depois, quieta, deitada, o mundo inteiro se encaixa aos poucos até eu pegar no sono e sentir a matéria de estar viva. Não evaporo mais pois estou me apertando até ficar quieta nessa caixinha minúscula que trago tão bem guardada apesar do desespero em ser aberta.
É sempre na falta que vivo. É sempre em cima da altura que não tenho que olho o mundo. E das coisas que eu não sei que falo melhor. E dos sentimentos que eu não poderia sentir que me abasteço pra ser alguma coisa além do que me faz mais uma. E da incapacidade de ser mais uma que me agarro, pra poder participar de algo e esquecer como é maluco tudo isso. É na alegria extremada que sinto o tamanho do sofrimento que posso aturar.
É a loucura que sai antes quando preciso rapidamente ser normal. É porrada que dou quando a mão vai rápida para um carinho urgente. É de onde não se pode estar que tenho saudades. É para o lugar do qual fugi que vou quando corro. É no lugar insuportável que fico quando descanso de algo que não aguentei. É na falta que vivo. O tempo todo sendo a mulher pra você que nem você quer. O tempo todo sendo a mulher que você não vê mais e só por isso, agora, te vejo o tempo todo. É te amando tão infinitamente que me liberto de gostar pelo menos um pouco de você.
Quando preciso de açúcar sinto ânsia só de ver doce. E na hora de ir embora, ganho o viço e a frescura de algo novo. Não lido bem com a fome, pois ela me sacia, me enche, de algo que me faz além do bicho. É do meu auge que caio feio. Na paz de fechar um arquivo que volto a pensar na página em branco e em tudo que não sou capaz. No fundo do gostosinho da alma mora o que dispara meu incômodo mais terrível. Quando tento ser homem, meu Deus, sou mais garota do que aquelas colegiais cheirando a floral com bola de basquete.
Você reclamava que eu não dizia seu nome e isso era só porque eu o estava dizendo o tempo todo. Meu cérebro martelava o som das suas referências e imprimia tanto você que eu precisava falar de mim daquele jeito pra tentar existir além do que eu me tornava. Você era tudo quando reclamava que eu andava estranha ao telefone, sem dar importância. Quando eu não parecia te ouvir, eu estava ouvindo suas milhares de vozes e tentando dar conta de gostar de tanta gente diferente que era gostar de você. Mas agora, assim, dizendo João, eu consigo continuar. Mas não uso a palavra anular porque seria dar rabisco aberto para as asas que não quero desenhar.
O tempo todo o abismo gigantesco quanto mais desço. O tempo todo a calma mais incrível nos momentos de real desespero. E o pânico do que é simples de resolver. E se não tem ninguém pra chegar é aí que verdadeiramente espero. E se não tem ninguém pra me tocar, sinto tesão em encostar no ar. Você não está e me olha como nunca. Você merecia ser amado assim, do jeito que acaba pra começar. Uma covardia só pra quem aguenta firme. Sempre no oco me preencho tanto que explodo. É no nada que está tudo aqui. E quando me perguntam de onde vem essa pressa, esse desespero, essa corrida, o sopro no coração, essa ânsia, a força, essa agressividade. De onde vem? Eu digo que vem de uma preguiça enorme. E tantas artimanhas e rezas bravas para permanecer? É só o mais completo desejo em acabar logo com tudo isso. Que tanto eu quero porque estou sempre pedindo socorro? Nada. E principalmente: nunca. E morrer de novo como faço todas as vezes que me sinto viva demais. E vai começar tudo de novo só porque acabou. Ponto final é tanta continuação que vira três pontos finais. Eu não aguento mais e nem toquei na vida ainda. Consigo ser vista de verdade só quando as pernas e todo o resto que me move imploram para eu desaparecer.
Author: Bruna Gabriela
•12:48

A ideia surgiu em outros lugares e foi sendo repassada até chegar ao Pablo, no Cadê o Revisor? Eu adorei e trouxe para cá também. Aqui estão os meus hábitos de leitora.

1. Sempre pego 3 livros na biblioteca, mesmo que eu não tenha tempo para ler 1.
2. Almoço com um livro, e minha mãe odeia.
3. Não gosto de ler no computador. Mas não espero ter dinheiro para comprar, então leio assim mesmo.
4. leio em qualquer lugar, banheiro, cozinha, quarto, sala, onibus.
5. meu sonho é ter uma biblioteca.
6. Já escrevi 3 livros, mas estão guardados esperando amadurecer.
7. Mato aula para ler na biblioteca.
8. Lia mais antes de estudar Letras.
9. Leio livros que falam sobre livros.
10. Leio muitos livros de uma só vez.
11. Coleciono marca paginas.
12.
Não tenho preconceito com livros. Tanto é que já li uns seis ou sete do Paulo Coelho e quando digo que não gosto, eu sei por quê.
13. já comprei um livro pela capa, e adorei!
14. Livros de terror eu só leio de dia.
15. Amo o cheiro de livros antigos. deve ser o cheiro do Céu
16.
Eu fico feliz em uma livraria, mesmo que eu não compre nada.
17. Quero casar com quem goste de ler, para trocar livros nos dias especiais e dar livros de presente para os filhos. E deixar tudo para os netos.
18. Não gosto muito de emprestar livros.
19. Mas quando empresto, encarno uma mãe enchendo a pessoa de recomendações e precauções chatas antes dele ir pra excursão da escola.
20. Sempre tenho um livro na bolsa.
21. Me sinto estranhamente melancólica quando termino um livro, acho que é a impressão de que vou me separar dele.
22. Faço caretas e dou risadas enquanto leio, mesmo se houver pessoas ao meu lado.
23. Gosto de ir a biblioteca com algum amigo, sentar no chão e recitar trechos aleatórios que acho interessantes.
24. Tento forçar meu irmão mais novo a ler os livros que gosto só pelo simples prazer de não me sentir a única estranha da casa.
25. Uma semana pra mim sem ler um livro é uma semana desperdiçada


Author: Bruna Gabriela
•21:09

Ele não me conhece pessoalmente e diz que sou linda. Em outro lugar um namora a três meses porque se convenceu de que não valho a pena. Aquele se pergunta por que não o quero, e é porque não gosto de garotos com cílios e rosto de garotas. E não muito longe um se pergunta se realmente eu queria me encontrar com ele lá fora, ou é só mais uma estratégia louca de sua namorada sádica e paranóica. E eu fico aqui deitada em minha cama escutando Maria Bethania, mais uma vez sozinha...
Não adianta, não consigo gostar de quem eu não amo. Mesquinha, vadia, fútil? Sei lá talvez eu seja, o fato de me manter indiferente aos sentimentos dos outros não me deu uma boa reputação. Coração de pedra como Diogo diria...
Me pergunto se poderei pertencer a algo em minha vida, como a leitura me pertence e como as freiras pertencem a Deus. Serei capaz de cuidar e gostar de alguém sem magoa-lo?
E essa fome de algo me corrói e me sufoca, por que não sei amar nada, e saber que existe um escape para minha dor ali por mim, me deixa corajosa e mesquinha.
Porque sei que sou só mais uma criança mimada, que gosta de possuir, mas quer pertencer, e não sabe como...