Author: Bruna Gabriela
•06:18

"Amor?
Receios, desejos,
promessas de paraísos,
depois sonhos, depois risos,
depois beijos!

Depois...
E depois, amada?
Depois dores sem remédio,
depois pranto, depois tédio,
depois... nada!”

(Menotti Del Picchia, in ‘Lamentações’)
Author: Bruna Gabriela
•18:10




O que devemos nós usar

Para preencher
Os espaços vazios
Onde costumávamos conversar?

[Roger Waters, 1979]


Author: Bruna Gabriela
•17:25

Veronica chegou a pedir mais um chiclete para o homem de cabelo grisalho.


Ela já não era uma mocinha, mas queria dar o ar de menina.


"Essa fome ta me matando, tem mais chiclete pra enganá-la?"


"Claro"


Com um sorriso brilhante e ironico, e o olhar direcionado para aquele decote inusitado de Veronica.


Horas a fio de conversa, não parecia haver tanta pretensão naquele papo bobo e inocente.


Veronica se fingia de burra, partindo do pressuposto de que homens gostam disso.


O homem grisalho percebeu essa jogada dela, ela podia ser tudo, menos uma mulher burra.


"Vamos tomar um café na livraria comigo?"


"Certamente"


Veronica era fanática por livros e viu que a máscara de menina não ia dar muito certo.









Dorothy é inocentemente insuportável.
Author: Bruna Gabriela
•12:38

Estranho como a mente humana é estranha. Nos apegamos as mais ínfimas esperanças de que algo acabe dando certo. mesmo no fundo achando que não vai dar, sempre tem aquela esperancinha boba em nossa cabeça nos fazendo pensar que tudo vai sair bem. Ai pagamos por esse ato de displicência e ingenuidade, quando vemos as provas definitivas de que tudo foi um sonho, e que para nós pode ter significado algo mas para a pessoa, foi só mais uma. No fundo eu sempre soube, por que negar? Se é bom por que não tomar? indícios me mostraram sempre e meu sexto sentido soava como um alarme de incêndio, mas por que acreditar se sonhar é tão bom? E assim meu chá de realidade ia perdendo o efeito, até que vi. E assim retornei ao meu chá, voltei ao ceticismo dessa vida medíocre, não irei me perder em lágrimas e não mais em lamentos, sua pagina agora foi virada, se tornou passado. Boa sorte em sua nova conquista.
Author: Bruna Gabriela
•16:43

E paro, e olho e vejo, nossa como tudo parece passar rápido. Olha como tudo mudou e eu simplesmente não percebi. Então fico aqui chateada e penso, " Por que deveria eu pelos outros sofrer, quando ninguém por mim irá suspirar? Lord Byron". E esse eterno Blá Blá Blá da minha mente não me deixa dormir direito, sou tão paranoica que fico imaginando mil e uma possibilidades de acontecer algo. Ver a janela de msn azul subir, me dá borboletas no estômago, e só penso, não, não vou falar com você, lembre-se de mim pelo menos uma vez tá. Tento pensar em tudo,me manter ocupada, para que não tenha tempo para pensar em coisas que não devo. Estou a espera de um dia perfeito, não que ele tenha que ser algo grandioso, mas que ele seja em sua simplicidade meu e apenas meu. Queria correr em campo bem verde e sentir o vento nos meus cabelos, poder deitar debaixo de uma árvore e ler um livro perfeito e comer amoras bem azedas. Dormir na sombra e acordar com o barulho do vento assobiando em meu ouvido. bobo não?
Author: Bruna Gabriela
•21:09

-no japonês, para o pronome de primeira pessoa EU, alem de uma forma utilizável por todos os falantes existem as formas "atashi", usada exclusivamente por mulheres, e "boku", própria aos homens na lingua zuñi, falada por um grupo indigena da america do norte, os fones [ty] e [c] falados por pessoas do sexo feminino correspondem a [ky] na fala masculina Isabel S. Magalhães (1985), the rezas and benzeções: healing speech activities in brasil, que focaliza a prática linguistica de benzedores, a partir de dados coletados em cidades-satelites de brasília as formas "dereito", "frecha", "frito" "premeiramente", hoje desabandonadas, são encontradas no texto da carta de Pero vaz de Caminha, de 1500. como se vê, representações de pronuncias e construções gramaticais atestadas em textos legitimados não são mais consideradas como "bom uso". Como entender, então, que ocorrencias equivalentes, tão vivas em variedades não padroes contemporâneas, como por exemplo "framengo", "ele deve de sair, agora" e " a gente fomos lá", sejam consideradas como "erradas", "fruto de ignorância"? A fala das classes altas mudou e a de outros grupos sociais reteve esses usos: esse foi o "erro".